segunda-feira, 23 de março de 2020

O FORO E OS GALINÁCEOS

Momento crucial e de isolamento compulsório, ruim, mas, essencial para a saúde de todos  nós. Ficar em casa é condição imperativa. O que fazer em tais  circunstâncias? Ler, ir ao super comprar comida, acessar o caixa-eletrônico bancário, dormir(aja sono), ouvir música, assistir televisão, comer, mexer na pequenina horta, tecer breves comentários nas redes sociais acerca de artigos jornalísticos e escrever textos para disponibilização no blog e FB. Exercícios ao ar livre -caminhadas diárias - por decreto municipal foi determinado que não se pode mais, e dessa forma o dia parece que tem muito mais que 24 horas, considerando que anda mais devagar que minhas duas velhas tartarugas. E com esse vagar temporal as lembranças afloram meio que desordenadamente,  misturadas e enroladas numa verdadeira mixórdia cerebral. E nesse intrigante jogo memorial, venho-me à recordação a breve passagem que tive pelo Foro Central de Teresina-PI no período de 9/3 a 22/4 do já distante ano de 2009. E lá, testemunhei caso inusitado e pitoresco. Para melhor compreensão, vale esclarecer que minha ida deu-se em virtude de convocação - sem possibilidade de recusa -  feita pelo Presidente do Conselho Nacional de Justiça de modo a integrar e fazer parte do Grupo Volante criado pelo CNJ para atuação e orientação  junto a cartórios cíveis daquela comarca.  Não obstante os dias extremamente calorentos, os trabalhos desenvolveram-se a contento. Os funcionários piauienses sempre colaboraram com nossa equipe e foram receptivos aos posicionamentos apresentados no que pertine às demandas das serventias. Pois bem, certa manhã ao chegar no Foro deparei-me à entrada do prédio forense com um cidadão que oferecia à venda alguns belos galináceos de sua propriedade. Eram seis aves de cores distintas, amarradas pelos pés e vivas. Indagou-me se não queria comprá-las ao que respondi-lhe negativamente.Voltou a insistir,  propondo-me levar três por R$ 10,00, mantive  minha recusa e para encerrar o assunto e não parecer grosseiro, disse-lhe que mesmo que quisesse não poderia fazer negócio porque moro longe, em Porto Alegre no Rio Grande do Sul. Ele, não deu-se por vencido e asseverou, não tem problema moço porque as "bichinhas aguentam a viagem". Obviamente, que o negócio não concretizou-se.

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